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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Queixas

Fui-me queixar aos segredos
Que me inundavam a alma
De paixões e de degredos
Em que a razão não se acalma
Mas nenhum deles entende
O meu sofrer e penar
Nenhum deles compreende
As razões de me eu queixar.

Queixei-me então às marés
Que me levavam saudades
Dos males que alguém me fez
Dos sonhos e tempestades
Que me inundavam o peito
Que me afogavam em dor
Mas as marés, sem respeito
Calaram todo este ardor
Com que ardia o meu queixume
Com que ardia o meu penar
E apagaram esse lume
E mandaram-me calar…

Fui-me queixar aos teus beijos
Que tardavam em chegar
Do lume dos meus desejos
Que não queres apagar
Mas os teus beijos fugiram
Não me quiseram ouvir
Quando chorando me viram
Recusaram consentir
Em serem ouvidos moucos
Para a dor dos olhos meus
Que todos os ais são poucos
Para as dores de um adeus.

Queixei-me então à tristeza
Que me entristecia a mente
Que me iludia a incerteza
De não te amar realmente
Mas a tristeza mandou
Que eu me deixasse de queixas
Que todo o bem que ansiou
Era o amor que me deixas
E recusou-se por isso
A ouvir queixumes meus
Porque o sentido era omisso
Nos seus sentidos ateus.

Deixei-me então de queixumes
Que ninguém os entendia
Ninguém percebe os ciúmes
De alguém que não os sentia…
Todas as queixas que eu tinha
Se baseavam na crença
Que o meu sentir adivinha
Mas só na tua presença
E se atrofia na alma
E me ilude o pensar
Num sacrifício sem palma
Constante no meu penar…

(Felipa Monteverde)

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