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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não sei nadar

Não quero o travo salgado
da água do mar na minha pele
quero apenas molhar os pés
e não banhar-me nele.

Não sei nadar.
Ninguém me ensinou, não aprendi.
Para mim, o mar é cheiro a maresia
uma aragem salgada
e uma praia vazia.

Não sei nadar.
Mas nado em pensamento a distância
que me transporta a mil Verões
da minha infância.

E sôfrega mergulho nessas águas
em que a memória me acarinha
e me afaga as mãos já enterradas
numa sepultura que era minha.

O mar
é revolta constante e mensageira
em que mergulho e me afundo
por não saber nadar.

Mas sei que estás à minha beira
reconheço o teu odor e o ruído
do teu respirar na minha mente
onde te quedas sempre tão ausente
e tão cheiro a mar.

Mar
amar e não amar ninguém...
E ninguém me ensinou ainda a nadar.

Felipa Monteverde

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Cada manhã


Cada manhã é um suplício a transpor,
madrugada de silêncios e sentidos.

Felipa Monteverde

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Num banco de jardim


Na aspereza da madeira percebi um banco
recordei sentidos e amores que não tive
e na espera amanhecida sem encanto
anseei um segredo que em mim vive.

Segredei o luar ao teu ouvido
numa agitada noite em que o amor morreu
e fiquei só, num banco envelhecido
que embalava a estrelas que há no céu.

Recordei-te...
e nada percebi do que lembrava
nada entendi de quem tu eras
apenas percebi que alguém passava
levando as palavras que disseras.

E assim continuo nesta luta
sentada neste banco de jardim,
tentando perceber a vil desculpa
que me deste para te afastares de mim...

Felipa Monteverde

domingo, 3 de abril de 2011

Entre o sonho e o mar

As minhas mãos tão frias
geladas como a vida
que envolvem os meus dias
em noites mal dormidas
mostram os meus sentidos
nas pontas dos meus dedos
que tremem, ressequidos
pela aridez dos medos
que envolvem minhas noites
que aumentam meu penar
entre eternos açoites
entre o sonho e o mar.

(Felipa Monteverde)