Acerca de mim

A minha foto
Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

terça-feira, 30 de março de 2010

Arca das lembranças

Tudo ponho na arca das lembranças
Onde guardo recordações de um tempo que passou;
Quando já não somos crianças
Somos apenas a infância que restou...

A minha arca está cheia de papéis
Onde eu havia escrito sonhos vãos;
Tudo nela guardo, meus medos e anéis
Meus distantes vestidos e os teus nãos.

Tudo ponho nessa arca, que agradece
O espaço que roubei dentro do tempo
Pra lhe dar…
Quando a saudade esquece
Resta a matéria, que recordará momentos
Gotejando essa lembrança devagar…

(Felipa Monteverde)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Incandescência

Tenho um sonho incandescente
que me ofusca o ideal de amar
dois olhos que não sei se são de gente
ou se serão estrelas a brilhar...
nem sei se vejo esse brilho realmente
ou se percebo apenas ódio nesse olhar.

Apaixonei-me por um sonho inconcreto
que me contraria fados e desejos
e se esconde nos meus medos mais secretos
disfarçado em esperança nos teus beijos…

(Felipa Monteverde)

terça-feira, 9 de março de 2010

Há dias assim...



Há dias assim, que nos deixam sós
A alma vazia, a mágoa na voz.
Gastamos as mãos, tanto as apertamos…
Já não há palavras, foi de tanto as calarmos…

Há uma canção que não te cantei
Versos por rimar, poemas que nunca inventei…
Quem nos pôs assim a vida rasgada?
Quem te me levou roubou-me a alma
Mas de ti… não sabe nada…

Há dias assim, não há que esconder
Recear palavras, amar ou sofrer
Ocultar sentidos, fingir que não há…
Há dias perdidos entre cá e lá…

Sei que um dia saberás
Que a vida é uma só
Não volta atrás…

Há uma canção que não te cantei
Versos por rimar, poemas que nunca inventei…
Quem nos pôs assim a vida rasgada?
Quem te me levou roubou-me a alma
Mas de ti… não sabe nada…

(letra e música de Augusto Madureira, interpretação de Filipa Azevedo, canção vencedora do Festival RTP da Canção 2010 e que representará Portugal no Eurofestival da Canção, em Oslo (Noruega) no próximo mês de Maio)

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 de Março - Dia Internacional da Mulher


É suposto pensar
Que no Dia da Mulher
Ela há-de festejar
Por mulher ser.

Mas o que festejar?!
A ingratidão
A desilusão
A muda escravidão?
A falta de ter
Liberdade
Amizade
Própria vontade?

Quem vai festejar
Por ser mulher?
Para quê fingir
E esconder
Que ser mulher
É só sofrer
E se iludir?...

(Felipa Monteverde)

sábado, 6 de março de 2010

Rasteira

A vida passou-me uma rasteira
Rasou todo o remorso que eu sentia
Na dúvida que a minh’alma conhecia
Na prisão onde me deixou prisioneira.

A vida fugiu de onde eu estava
Roubou tudo o que eu era e o que fui
E transformou-se em rio onde não flui
O sentido que eu outrora conhecera…
Outrora…
Onde existiu quem eu amava.

(Felipa Monteverde)