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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu gostaria de ser como Fernando Pessoa


Eu gostaria de ser como Fernando Pessoa
mas sem ser ele
que ele foi muito infeliz e
eu não quero a infelicidade de ninguém
(já me basta a que sinto às vezes
quando estou mais virada para os sentimentos egoístas).

Mas o que quero dizer com isto
é que eu gostaria de ser como Fernando Pessoa
na genialidade que ele tinha
na perfeição que ele punha
em tudo o que fazia.

Dizem que era um bêbado
um alcoólico...
mas se assim foi
abençoadas as bebedeiras que teve
que o fizeram escrever tanto
e tão geniosamente…

Eu gostaria de ser como Fernando Pessoa
para escrever sobre qualquer assunto
a qualquer hora
com a genialidade do mestre
do formador de caracteres dentro dele
que nem sabia qual deles existia
qual deles era ele
(se é que ele foi algum dos imensos que quis ser)...

Felipa Monteverde

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Esperanças...


Deus sabe melhor do que eu 
Quem eu sou 
Por isso a sorte que me deu 
É aquela em que melhor estou.
Ele alinha 
As minhas acções 
De uma forma que não é minha 
Mas tem lá suas razões. 
(Fernando Pessoa)

Nunca faço planos, vou contornando ou aceitando
o que o destino me traz.
Como diz o ditado: "Guardado está o bocado
para quem o há-de comer".
E "O que tiver de ser à mão vem ter".

Será conformismo, será cobardia, será
experiência de vida, será cansaço, será o que
lhe quiserem chamar, mas é assim que levo a vida
assim a vida me ensinou.

Para um novo ano, como para os anos anteriores
apenas tenho esperanças... quanto
a concretizações, dali a um ano falaremos.

Tenho uma filosofia de vida: mais vale rir e cantar enquanto
podemos, que o tempo de chorar nunca se esquece de vir.
E chorar não traz ganho nenhum, mas rir e cantar
traz-nos boa disposição.

Com este poema de Fernando Pessoa me identifico bastante
e me consolo quando a vida me trai, quando parece que o
mundo e Deus estão contra mim.
Mas, ao fim e ao cabo, verifico que tudo tem um lado bom
e um lado mau. Procuro retirar sempre das coisas más todo
o bem que possam trazer, por mínimo que seja.

No primeiro dia de cada ano
enquanto a euforia dos festejos dessa noite se desvanece
medito a lembrança de conquistas e sucessos, de falhanços e
derrotas, de mágoas e alegrias, vividas durante o ano que passou.

E chego à conclusão de que a vida vale mesmo a pena ser vivida
pois nunca há uma fome que não dê em fartura
um choro que não acabe em riso
uma tristeza que mate de vez a alegria.

E é essa esperança cheia de (in)certezas que faz com que
o sol nasça de novo todos os dias e as andorinhas continuem
a ser prenúncio de primavera, ainda que mais tarde cheguem
a noite e o inverno...

Felipa Monteverde