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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O canto adormecido



Já não há a cantiga, o tempo mentiu passados 
e o canto adormeceu. Nem colo há 
apenas o frio da cadeira vazia e o lume apagado. 

Pendem as chouriças ao fumeiro, os presuntos
um grande ramo de loureiro. A trempe, o pote
agora não são mais do que objetos para o “ferro-velho” 
a carrinha passa uma vez em cada mês.

A morte de uma casa começa pela cozinha 
quando a cozinha morre todo o resto fica moribundo. 
Virão os gatos e comerão os ratos, alimentados das 
chouriças que ficaram esquecidas. 
Os móveis apodrecerão. As paredes cairão.

O canto ficará adormecido para sempre
numa cadeira ao borralho.

Felipa Monteverde