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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Nasci a cantar

Antigamente houve uma menina
Há muito tempo
E essa menina agora é uma lembrança
Plangente de lamento.

Nasci a cantar
Nasci a cantar
Escondei-me a desgraça
Não quero chorar.

Antigamente eu era uma menina
Há demasiado tempo
E essa lembrança esconde-se entre lírios
De um jardim de tormento.

Nasci para rir
Nasci para rir
Quem dera a tristeza
Não queira cá vir.

Antigamente tudo era sonho e sina
Onde se escoava o tempo
E nunca como agora me surgia na lembrança
Um só sonho, um só momento.

Nasci tão alegre
Nasci tão alegre
Deixai-me assim estar
Que a vida é tão breve.

Antigamente houve uma menina
Nascida de um lamento
Lembrança fugidia, casto lírio
Plangente e sem alento.

Nasci a sorrir
Nasci a sorrir
Meu sorriso é fado
Que estou a cumprir.

Antigamente eu era uma menina
Mas foi há tanto tempo
Que perdi toda a lembrança e toda a mágoa
De um sonho que hoje invento.

Nasci a cantar
Nasci a cantar
As mágoas e penas
Que estou a penar…
(Felipa Monteverde)

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