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Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

domingo, 13 de março de 2011

Véu de ansiedade

Cai-me, disperso, o véu da ansiedade,
Lua que me desce sobre os ombros...
Primavera escondida nos escombros
De um verso que em minh’alma é metade.

Metade de mim, que o outro meio
Esconde-se entre as rugas do meu seio
Ressequido por séculos de saudade…

Anseio o mar, um céu de estrelas
Nebulosa de sonho e de marfim...
Mas tudo é sombra, tudo é escuro em mim
Nem as flores me querem ao pé delas...

Cai-me, disperso, o véu da ansiedade
E nos ombros sinto este cansaço,
Esta fome de ser mar e espaço
E ser apenas rio de saudade...

Saudade de quê, amor?...
Saudade de ti, de nós, do tempo
Em que amar-te era um resplendor
E estava tão distante este tormento...

(Felipa Monteverde)

2 comentários:

Miguel Afonso disse...

Véu de ansiedade, confusão
que se instala no peito
num mar de perda e paixão
e de um sonho insatisfeito...

Nilson Barcelli disse...

Cai-me, disperso, o véu da ansiedade
E nos ombros sinto este cansaço,
Esta fome de ser mar e espaço
E ser apenas rio de saudade...
Belíssimo poema.
Ler-te é privilégio que me encanta.
Beijos, querida Felipa.