Nesta infinita espera em que caminho
avisto os teus passos no horizonte
e a memória trai o meu destino
atirando-se abaixo de uma ponte.
Ponte de desvarios e loucura
que atravessa o medo em que caí
ao separar o sonho da aventura
de esperar amor vindo de ti.
Mas o sonho caiu, a aventura ficou
e o romance morreu naquela hora
em que de uma ponte se atirou
um segredo, um destino, uma penhora.
Penhora de carinho, de ternura,
em que eu havia então depositado
o sonho, o desvario, a loucura
de amar uma lembrança do passado...
(Felipa Monteverde)