Não quero que me conheçam
Apenas quando eu morrer
Porque então já será tarde
Para alguém me conhecer.
Nem quero que então me estudem
Numa patética obra
Ou nos meus versos procurem
Reconhecer-me de sobra…
Porque eu não sei quem eu sou
Mas sei quem nunca serei
Sei que ninguém aceitou
Que eu seja o que me criei.
Que eu seja como hoje sou
Vivendo sem estar viva
Sendo algo que se criou
Por não ter alternativa.
Eu nunca soube quem sou
Só soube o que me esconderam
E a minha alma buscou
Direitos que lhe não deram
Mas nunca me conheci
E descobri, por acaso
Que flor de Maio nasci
Mas sem direito a ter vaso…
(Felipa Monteverde)
1 comentário:
És mesmo uma poetisa linda!
Emociona e encanta com suas palavras universais!
Beijos com minha admiração e amizade
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