Já não há a cantiga, o tempo mentiu passados
e o canto adormeceu. Nem colo há
apenas o frio da cadeira vazia e o lume apagado.
Pendem as chouriças ao fumeiro, os presuntos
um grande ramo de loureiro. A trempe, o pote
agora não são mais do que objetos para o “ferro-velho”
a carrinha passa uma vez em cada mês.
A morte de uma casa começa pela cozinha
quando a cozinha morre todo o resto fica moribundo.
Virão os gatos e comerão os ratos, alimentados das
chouriças que ficaram esquecidas.
Os móveis apodrecerão. As paredes cairão.
O canto ficará adormecido para sempre
numa cadeira ao borralho.
Felipa Monteverde
4 comentários:
Minha querida
Que todos os teus dias sejam Natal e do coração nunca se apague o sol
Que todos os momentos sejam plenos de felicidade...amor e esperança
Que todos os sonhos se transformem em realidade com a força do amor
Que o espírito do verdadeiro Natal renasça nas mãos de uma criança
Os meus votos de Feliz Natal junto de todos que te são queridos e
que a felicidade e o amor estejam sempre presentes na tua vida.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
"A morte de uma casa começa pela cozinha"
Excelente poema. O teu talento para a poesia é inquestionável.
Beijinhos.
Minha querida
Que neste ano de 2013 que agora se inicia possamos com uma palavra de apoio e fraternidade fazer que o mundo seja melhor e que a esperança de realizar todos os sonhos seja presente sempre nos nossos corações...que a paz o amor e a felicidade seja o alvorecer de um novo tempo de amor e fraternidade.
E obrigada por me abrirem o vosso coração para eu entrar e alimentar a minha alma de carinho neste caminho que é feito por nós...mas que depende de quem nos acompanha e nos ajuda a ultrapassar dias menos bons e que estão sempre presentes com uma palavra de conforto...que secam as nossas lágrimas e sorriem com as nossas alegrias.
FELIZ ANO NOVO
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Felipa, que poema extraordinário!
Nunca tinha pensado "que a morte de uma casa começa pela cozinha"! E que verdade! E tantas vezes que o meu pensamento viaja pelas lareiras e borralhos que nunca mais vi (apenas sinto)! Obrigada por este poema maravilhoso.
Fabulosa a sua inspiração poética. Beijinhos Ailime
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