A SILABA
Toda a manhã procurei uma sílaba.
É pouca coisa, é certo: uma vogal,
uma consoante, quase nada.
Mas faz-me falta. Só eu sei
a falta que me faz.
Por isso a procurava com obstinação.
Só ela me podia defender
do frio de janeiro, da estiagem
do verão. Uma sílaba.
Uma única sílaba.
A salvação.
Eugénio de Andrade
3 comentários:
Maravilhosa poesia de Eugênio.,Fazia tempo não lia nada dele! beijos,chica
Celebrastes o dia com uma poesia digna de aplausos. Amiga vim validar teu voto de hoje no pena de ouro. Beijos de luz e paz!!!!
Grande Eugénio.
Foi uma boa escolha.
Beijo.
Enviar um comentário