Cansei-me de ser eu
num existir silencioso e ausente
e saí do meu corpo
à procura de morada noutro porto
ou alma mais ardente.
Por aí andei, numa busca incessante
que se prolongou eternidades.
Eu nada encontrava
do que tanto procurava
impelida por razões e más verdades.
Procurei ser outro tu
ser outro ele ou ela ou alguém
que fosse diferente do que sou
que fosse alma e desejo que me dou
e me fosse refúgio e casto bem.
Mas nada encontrei
nada encontrei que preenchesse
este vazio que me enche o peito
e me fustiga a alma e o preceito
de ser e existir quando morresse.
Hoje contento-me em apenas ser
em existir neste silêncio que sufoca
as lágrimas que choro sem chorar
e os enganos que sofri só por te amar…
A tua ausência é o meu modo de ser louca.
(Felipa Monteverde)
1 comentário:
Olá Felipa!
Obrigado, pela visita ao meu cantinho que muito gostei.
Muitas vezes, temos a sensação que saimos de nós, como se a mente se separasse do corpo.
Gostei muito!
Beijinhos e bom fim de semana!
Gil
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