Acerca de mim

A minha foto
Poeta por inspiração e imposição da alma... Uma pessoa simples, que vive a vida como se fosse a letra de uma canção, o enredo de um filme, a preparação para uma vida superior, à espera da eternidade e do encontro com o Criador.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tenho a certeza de ser eu

Tenho a certeza de ser eu
E a incerteza de não saber quem sou...

Rato, foca, rosmaninho
Planta, pedra, cogumelo
Cavalo que corre ao vento
Flor de cacto ou azevinho
Quem sou eu?

Serei a pedra cinzenta
Que atiraste a alguém
Nos confins da eternidade
E já não recordas bem?

Serei tempo inacabado
De flores nunca colhidas
Nas intempéries da vida
Nas encostas da montanha
No azul do céu sem fim
No sol ardente que passa
Sem me aquecer a mim?

Tenho a certeza de ser eu
E a incerteza de não saber quem sou...

Mas ninguém me esclarece
A dúvida que me atormenta:
Vivo sem ser o que sou
Sou sem ser o que já sou?
Eu nunca fui ciumenta
Da vida que não me amou…

Tenho a certeza de ser eu
E a incerteza de não saber quem sou…

Mas ninguém me dá resposta
Nem um sinalzinho mostra
De entender isto que sou.

(Felipa Monteverde)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

 Recados Para Orkut
Afirmas que brigamos. Que foi grave.
Que o que dissemos já não tem perdão.
Que vais deixar aí a tua chave
E vais à cave içar o teu malão.

Mas como destrinçar os nossos bens?
Que livro? Que lembranças? Que papel?
Os meus olhos, bem vês, és tu que os tens.
Não te devolvo – é minha – a tua pele.

Achei ali um sonho muito velho,
Não sei se o queres levar, já está no fio.
E o teu casaco roto, aquele vermelho
Que eu costumo vestir quando está frio?

E a planta que eu comprei e tu regavas?
E o sol que dá no quarto de manhã?
É meu o teu cachorro que eu tratava?
É teu o meu canteiro de hortelã?

A qual de nós pertence este destino?
Este beijo era meu? Ou já não era?
E o que faço das praias que não vimos?
Das marés que estão lá à nossa espera?

Dividimos ao meio as madrugadas?
E a falésia das tardes de Novembro?
E as sonatas que ouvimos de mãos dadas?

De quem é esta briga? Não me lembro.

(ROSA LOBATO DE FARIA)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Queixas

Fui-me queixar aos segredos
Que me inundavam a alma
De paixões e de degredos
Em que a razão não se acalma
Mas nenhum deles entende
O meu sofrer e penar
Nenhum deles compreende
As razões de me eu queixar.

Queixei-me então às marés
Que me levavam saudades
Dos males que alguém me fez
Dos sonhos e tempestades
Que me inundavam o peito
Que me afogavam em dor
Mas as marés, sem respeito
Calaram todo este ardor
Com que ardia o meu queixume
Com que ardia o meu penar
E apagaram esse lume
E mandaram-me calar…

Fui-me queixar aos teus beijos
Que tardavam em chegar
Do lume dos meus desejos
Que não queres apagar
Mas os teus beijos fugiram
Não me quiseram ouvir
Quando chorando me viram
Recusaram consentir
Em serem ouvidos moucos
Para a dor dos olhos meus
Que todos os ais são poucos
Para as dores de um adeus.

Queixei-me então à tristeza
Que me entristecia a mente
Que me iludia a incerteza
De não te amar realmente
Mas a tristeza mandou
Que eu me deixasse de queixas
Que todo o bem que ansiou
Era o amor que me deixas
E recusou-se por isso
A ouvir queixumes meus
Porque o sentido era omisso
Nos seus sentidos ateus.

Deixei-me então de queixumes
Que ninguém os entendia
Ninguém percebe os ciúmes
De alguém que não os sentia…
Todas as queixas que eu tinha
Se baseavam na crença
Que o meu sentir adivinha
Mas só na tua presença
E se atrofia na alma
E me ilude o pensar
Num sacrifício sem palma
Constante no meu penar…

(Felipa Monteverde)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quase um lápis

Há uma fantasia no meu peito que me persegue a noite e adormece os sentidos
enquanto um sonho disforme se transforma em ais e suspiros de dor e agonia
em cada dia que desperto para a vida solitária que me ofereces

Não ignoro o desespero
nem este medo ancestral de te perder dentro da vida que prefiro ignorar
em vez de te pedir e implorar a perpétua presença
ardor de fisicamente te desejar e mentalmente te odiar

Why don’t you come back? You know I’m waiting for you…

Quase um lápis, quase uma caneta
que gastei a escrever as penas de um amor ambicioso e demente
que se atirou ao mar e adormeceu numa vaga de ciúme e ventania
perdendo-se de mim e deste tempo agreste que atravesso no meu sonho…

(Felipa Monteverde)

sábado, 16 de janeiro de 2010

De nuevo un adiós

Me volviste a decir adiós e yo me quedé muy triste
Mis ojos se bañaran e lavaran mis ilusiones e deseos...

Ahora yo lo sé que tus besos no serán más míos
tus manos no más se quedaran junto a las mías
tus brazos nunca más estarán alrededor de mi cuerpo...

Yo me quedaré hasta la eternidad
esperando por una sola sonrisa tuya
o, quizá
por una sola mirada tuya para mi…

Pero no, yo nunca te diré adiós...

(Felipa Monteverde)

Não sou especialista em Língua Espanhola, desculpem os erros que possa haver.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

textos grandes
Uma grande verdade...

A menina

A menina sorria e ninguém retribuía
Ninguém olhava e ninguém reparava
No sorriso triste dessa menina contente
Aparentemente.

A menina olhava mas ninguém a via
Ninguém percebia o que ela pretendia
Ao olhar assim a gente
Indefinidamente.

Sorriu mais uma vez… ninguém reparou
Nesse sorriso triste de criança alegre.
Ninguém viu
E ninguém retribuiu…

Ela chorou então toda a tristeza
Que sentia no seu peito de menina.
Mas mandaram-na calar
(ninguém gosta de ouvir crianças a chorar…)

E a menina sorriu… sorriu para as pessoas
E chorou interiormente a sua mágoa
A mágoa de não ser sempre visível.

E achou toda essa gente tão risível
Que de toda a gente riu
Interiormente…

(Felipa Monteverde)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Te regalo

Yo te regalo una cancion de amor,
para que me recuerdes;
para que me olvides tambien.
recuerda que me quisiste
olvida que soy perfecta,
pues no lo fui, ni lo sere
pero si te quise y te quiero
mas no fue suficiente para ser tuya
para no compartirte con nadie
para retenerte a mi lado.

Yo te regalo un corazon
para que aprendas a amar
y para que aprendas lo que es sufrir
cuando el amor no se reconoce
cuando el amor es traicionero
mentiroso y falso.
Te regalo mi corazon
para que lo pongas en el vacio
que tienes en tu pecho
para que sientas lo que yo senti por ti.

Te regalo la luz de mis ojos
para que veas el sendero correcto
para que veas mi dolor
luego te dare más luz
para que veas mis huellas desaparecer
del sendero de tu vida.
Dejare de estar escrita en tu destino
solo sere una más de tu historia
en cambio tu para mi seras
mi vida entera en un recuerdo de amor.

Sabes; aun deseo lo mejor para ti
no quiero que te vuelvas a equivocar
por eso te regalare tambien
el significado de amar
te dare fuerzas, te dare pasion
te dare sueños, te dare respuestas
te dare felicidad.
A cambio solo pido poder olvidar
Olvidar que te conoci y que te quise
olvidar que fui parte de tu vida

Despues de regalar todo lo que fui
y entregar lo que necesitas
he descubierto
que lo mejor para ti no soy yo
y que tu no lo eres para mi
Por eso solo pido
que me obsequies algo cambio.
Espero no arrepentirme de lo que deseo
mas en este instante
deseo simplemente tu felicidad

(Desconheço o autor. Este belíssimo poema foi publicado por Coca BF. em: confesi0nes.blogspot.com
Tentei enviar um comentário a pedir permissão de publicar aqui e perguntar se foi a própria que escreveu mas não tem comentários activados.)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Soluço

Gritei um poema no silêncio e
o ar tornou-se irrespirável, como se
a aurora tivesse renascido em
aragem ou bafo quente saído da minha boca.

Olhei e era o mar
era a praia, as marés
o Verão de um tempo ausente
que deu à costa e morreu.

Gritei um poema... e em silêncio me quedei
a soluçar cantigas, serenatas
de paixões que ninguém sente e
se trauteiam por aí.

E o silêncio era a voz
que no meu peito ainda chama
por aqueles que eram nós...

(Felipa Monteverde)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As minhas asas

Eu tinha umas asas brancas
Asas que um anjo me deu
Que em me eu cansando da Terra
Batia-as, voava ao céu.
- Eram brancas, brancas, brancas
Como as do anjo que mas deu:
Eu inocente como elas
Por isso voava ao céu.

Veio a cobiça da Terra
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.
- Veio a ambição, co’as grandezas
Vinham para mas cortar
Davam-me poder e glória
Por nenhum preço as quis dar.

Porque as minhas asas brancas
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da Terra
Batia-as, voava ao céu.

Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas
E já suspenso da Terra
Ia voar para elas,
- Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas…
Vi entre a névoa da Terra
Outra luz mais bela que elas.

E as minhas asas brancas
Asas que um anjo me deu
Para a Terra me pesavam
Já não se erguiam ao céu.

Cegou-me essa luz funesta
De enfeitiçados amores…
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!
- Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.

E as minhas asas brancas
Asas que um anjo me deu
Pena a pena me caíram…
Nunca mais voei ao céu.

(ALMEIDA GARRETT)

sábado, 2 de janeiro de 2010

É Ano Novo

É Ano Novo
tempo de renovação
tempo de promessas e delírios
em renovadas formas de paixão.

É Ano Novo
já do velho ano me despeço
supõe-se novo início, nova aurora
nova vida e novo recomeço.

É Ano Novo
mas a vida continua
a ser a mesma coisa rotineira
que me aborrece e cansa e me põe nua
num caminho feito de poeira.

É Ano Novo
mas tudo é velho em minha alma triste
que se esconde entre sonhos e desejos
envoltos em obscura azelhice...

(Felipa Monteverde)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Deus sabe melhor do que eu

Deus sabe melhor do que eu
Quem eu sou
Por isso a sorte que me deu
É aquela em que melhor estou.

Ele sabe quem sou e alinha
As minhas acções
De uma forma que não é minha
Mas tem lá suas razões.

(Fernando Pessoa)